Tensão

O ódio além das fronteiras

Agência da União Europeia faz um alerta que o ódio contra migrantes está se alastrando em território europeu

O ódio contra migrantes e refugiados está se alastrando pela Europa, alertou nesta terça-feira (22) a Agência para os Direitos Fundamentais (FRA, na sigla em inglês), apelando a uma “ação concertada” da União Europeia (UE) e dos seus Estados-membros para impedir esse crescimento. As informações são da Agência de Notícias Lusa.

A FRA está, desde setembro de 2015, a pedido da Comissão Europeia, divulgando relatórios mensais sobre os direitos fundamentais das pessoas que chegam aos Estados-membros da UE, particularmente no contexto dos fluxos migratórios.

No relatório de novembro, divulgado nesta terça a  Agência para os Direitos Fundamentais analisa a situação em 14 Estados-membros (Portugal não faz parte da lista), nos quais detecta “hostilidade e tensão” contra migrantes e refugiados.

O relatório se refere a “incidentes graves e alastrados de violência, assédio, ameaças e discurso de ódio contra migrantes e refugiados e suas crianças”. Os principais autores são “justiceiros e público em geral”. Os muçulmanos, e especialmente as mulheres muçulmanas, são os alvos preferenciais.

Segundo a  FRA, ativistas de direitos humanos, jornalistas e políticos “amigos dos refugiados” também são alvo de crimes de ódio. A agência destaca que há “poucas denúncias e poucos registros” desses delitos. “A maioria dos Estados-membros não colige nem publica estatísticas sobre crimes de ódio contra refugiados e migrantes”, sendo a sociedade civil “muitas vezes a principal fonte de informação”, disse.

“As respostas estatais aos crimes de ódio contra refugiados e migrantes são consideradas frágeis pelas sociedades civis de muitos Estados-membros”, observa a FRA, acrescentando que “os serviços de apoio a vítimas raramente têm em conta as necessidades” daquelas populações.

Ao mesmo tempo, os migrantes e refugiados “raramente reportam crimes de ódio às autoridades ou outras organizações”. Entre as razões para tal estão “a falta de confiança na polícia e nas autoridades”, “o medo de retaliação e de serem presos ou deportados”, “a crença de que nada mudará” e “as barreiras linguísticas”.

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